Sobre a
lama de um monturo
Um branco lírio sorria,
Alvo, belo, delicado,
Perfumando a luz do dia.
Vendo
essa flor cariciosa
No pantanal sujo e imundo,
Via o símbolo do Bem
Entre os males deste mundo.
Pois
entre as trevas e as dores
Da vida de provações,
Pode existir a bondade
Irradiando clarões.
E o
coração que cultiva
A caridade e o amor,
É a flor cheia de aromas,
Cheia de viço e frescor
Que
mesmo dentro da treva
Do mundo ingrato, sem luz,
É lírio resplandescente
Do puro amor de Jesus.
(In: Parnaso de Além-Túmulo, psic. F. C. Xavier, 8a. ed., Rio, Federação Espírita Brasileira, 1967, p. 184.)